domingo, 17 de outubro de 2010

Maletta - o livro

"Maletta", do jornalista e escritor Paulinho Assunção, é um pocket-book de 87 páginas (Ed. Conceito) que expõe a natureza e o clima ao mesmo tempo complexo e simples de um dos mais conhecidos edifícios de Belo Horizonte.
Aqui estão, interligados, os frequentadores e os espaços comerciais do prédio que, no princípio do século, era um hotel de luxo. Nele ficaram hospedados os modernistas paulistas que vieram a Minas Gerais em excursão - Tarsila do Amaral, Djanira, Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Di Cavalcanti.
Para o autor, o Maletta - aos cinquenta anos - é "pesadão, um tanto cargueiro transatlântico, mastodôntico de não caber no olhar das pessoas..."
A par de sua porção residencial, o "cargueiro" abriga um sem número de barzinhos e livrarias - Cantina do Lucas, Jangadeiro, Lua Nova, Shazam, Eldorado. Escritores, artistas plásticos, músicos, mocinhas da noite e boêmios anônimos convivem alegremente no espaço, que começa a esquentar à tarde e explode à noite. É o noturno Malettiano, que trouxe em seu bojo, até há pouco tempo, um garçom famoso, sêo Olímpio, comunista de carteirinha que nutria um ódio ferrenho aos fascistas , em especial ao ditador genocida espanhol Francisco Franco. Quando esse "bateu as botas", sêo Olímpio estourou uma champanhe francesa para celebrar. Quem estava perto - e não era fascista - saboreou algumas taças.
O livro traz um depoimento deste colunista.

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