segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Rachel de Queiroz: um alpendre, uma rede, um açude.

A fazenda de Rachel de Queiroz

Um dos grandes lançamentos deste fim de ano é "O Não Me Deixes " - suas histórias e sua cozinha", de Rachel de Queiroz, pela José Olympio.
Fazenda de Rachel - primeira escritora a entrar para a Academia Brasileira de Letras - "Não me Deixes" era/é um primorde simplicidade, com suas redes penduradas em salas e quartos imaculadamente brancos, sem nenhum quadro ou enfeite.
O neto de Rachel, Flávio de Queiroz Salek, assina a Apresentação do livro e conta um pouco de suas aventuras de menino urbano em férias na fazenda, particpidando de pescarias com o avô e da experiência  unica de beber garapa  (caldo de cana) ou um copo de leite tirado na hora, no pasto.
Rachel escreve sobre o dia-a-dia na fazenda cearense, com seus fogões a lenha,  roçados, comidas e doces. A propósito, a escritora recheia o livro, de 118 páginas, com receitas variadas, da galinha de cabidela à paçoca, da pamonha à canjica, passando pela frigideira de siri , queijo de coalho e  Baião de Dois ( o mega-simples arroz com feijão). Segundo ela, a comida nordestina tem raízes em Portugal.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Caio Porfírio Carneiro

A editora paulista LetraSelvagem - de Taubaté - acaba de reeditar o romance "O Sal da Terra", de Caio Porfírio Carneiro.
Cearense de Fortaleza, 1928, Caio Pofírio mora em São Paulo e é um dos mais destacados autores, contista e romancista. Ver "O Casarão" e "O Menino e o Agreste".
Marli Périm, que  dirige o LetraSelvagem, informa que este "O Sal da Terra" surgiu  inicialmente pela Civilização Brasilira e que Caio Porfírio é "uma legenda da literatura brasileira."
Três nomes complementam o lançamento - João Clímaco Bezerra afirma que Caio Porfírio Carneiro "foge ao tema da seca mas permanece fiel ao Nordeste". Luiz Ruffato esclarece que o LetraSelvagem é um selo editorial que integra o patrimônio cultural sem fins lucratrivos. João Antônio considera "O Sal da Terra" um livro por inteiro.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

domingo, 5 de dezembro de 2010

O berço do Facebook

Já escolhido o filme do ano pela crítica americana, A Rede Social gira em torno da criação do Facebook por um jovem, Mark Zuckerberg . O filme é dirigido por David Fincher ( "Clube das Lutas" e "Seven").
O ator Jesse Eisenberg interpreta o criador da rede social Facebook neste longa ( "The Social Network", no original) que tem, como slogan, uma frase curiosa - "Você não consegue 500 milhões de amigos sem fazer alguns inimigos."
A Rede Social é baseado no livro "The Accidental Billionaires", já traduzido para o português - "Bilionários por acaso - a criação do Facebook".
A rede social, como ideia e extensão, está presente não apenas no Facebook mas também no Blog e no Twitter.
Um dos sócios majoritários de Zuckerberg , quando da criação do Face, era um brasileiro.

A Rede Social | Trailer 2 Legendado | Dezembro nos cinemas

sábado, 27 de novembro de 2010

Cai Dentro [Ao Vivo - Montreux Jazz Festival]

"Furacão Elis"

Regina Echeverria, em seu livro Furacão Elis ( Ediouro ), biografia da cantora, revelou a certa altura um caso típico da diva:
João Marcelo, seu filho com o compositor bossanovista Ronaldo Bôscoli e o mais velho da prole, levou certo dia um amigo de escola para almoçar em casa.
Elis não tinha cozinheira e, como boa gaucha, gostava de bater panela e pegar na massa. Serviu um almoço caprichado.
O garoto, como todo adolescente, tinha um notável apetite. Depois do segundo prato, elogiou:
- Dona Elis, a senhora cozinha muito bem!
E ela:
- Você é porque ainda não me ouviu cantar...

terça-feira, 23 de novembro de 2010

O conto que vem do Nordeste

O livro de contos "Louca Uma Ova", de Raymundo Silveira, laureado no concurso "Prêmio Literário Para Autores Cearenses" - uma promoçãoda SEULT / CE - neste ano, acaba de sair pela Premius Editora.
As 28 histórias do volume revelam um autor maduro e focado em relações humanas e memórias afetivas sempre surpreendentes.
O conto que dá título ao livro gira no tempo e se situa no século dezoito, em Portugal. Em um quarto palaciano acaba de nascer Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon. É a típica história histórica.
Raymundo Silveira, o autor, é também médico. Tem trabalhos acadêmicos publicados em revistas científicas e livros médicos. Ray (como também é conhecido) Silveira é sócio da Sobrames (Sociedade Brasileira de Médicos Escritores) e bolsista da FUNARTE.
A diversidade e o vigor dos contos desse autor de Fortaleza chamam a atenção do leitor e o aproximam - pelo estilo e tensão - de contistas do naipe de Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos e Henrique Pongetti.
Este colunista assina a orelha e a Apresentação do livro.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

DVDs - Os anos dourados de Jobim

1.
Um pacote com três DVDs acondicionados em caixa chegou às lojas e está deixando felizes os fãs de Tom Jobim.
O primeiro DVD, "Chega de saudade", reúne os clássicos do compositor em seu início de carreira com parceiros do primeiro escalão - Vinicius, Newton Mendonça, Aloisio de Oliveira e Chico Buarque. Aqui estão, entre outras, "A felicidade", "Desafinado", "Água de beber", "Anos dourados" e "Se todos fossem iguais a você".
O segundo, "Águas de março", é a porção natureba do compositor carioca que, com Vinicius, inventou a Bossa Nova e foi um pioneiro na causa ecológica - "Águas de março", "Sabiá", "Matita Perê", "Passarim", "Chovendo na roseira".
O terceiro DVD, "Ela é carioca", traz as composições onde o maestro soberano canta as belezas do Rio - praias, mulheres, Corcovado, Cristo Redentor e a mata atlântica : "Wave", "Surfboard", "Garota de Ipanema", "Samba do avião", "Piano na Mangueira" e"Corcovado".
2.
Todos os DVDs trazem fotos inéditas do compositor e textos elucidativos nos encartes.
A moldura musical de Tom Jobim é feita de conexões temáticas onde a criatividade e as surpresas harmônicas se entrelaçam sem limites.
O compositor canta ao piano nos três discos, acompanhado da Banda Nova (um grupo feminino onde cantam sua mulher, Ana Lontra, e sua filha Luiza). Pra ficar tout en famille, seu filho Paulo toca violão e o neto, Daniel, o substitui às vezes ao piano.
Nos EUA, de onde sua música e a Bossa Nova se lançaram para o mundo, Jobim foi gravado por todos os ícones do jazz e pela estrelona Frank Sinatra, que cimentou sua celebridade.

Piano na Mangueira: Tom Jobim e Chico Buarque

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Quadrinhos na Cia. / Conflito em Gaza

O conflito em Gaza ganha mais uma análise com o livro do quadrinista Jose Sacco, "Notas sobre Gaza", que a Cia. das Letras envia esta semana para as livrarias, com tradução de Alexandre Boide.
O álbum é uma amarga visão do conflito Israel x Palestina em longas 417 páginas e largos 20 x 27 cm. Ele acabou se tornando o trabalho mais ambicioso de Sacco.
Esta HQ do autor, que nasceu em Malta no ano de 1960 e vive nos EUA desde a infância, mostra ao leitor a guerra desigual entre caças a jato e estilingues, com o apoio dos EUA e da ONU ao lado mais forte.

Conflito em Gaza 14° dia, Hamas não aceita autoridade da ONU !

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Marcos Valle - "Meu Herói" (1974)

Marcos Valle

O compositor e cantor Marcos Valle pertence à segunda geração da Bossa Nova e sempre ocupou um lugar de destaque na moderna MPB, tendo como parceiro-letrista o seu irmão Paulo Sérgio Valle. Compuseram, juntos, temas classudos como "Samba de verão", "Preciso aprender a ser só", "Terra de ninguém", "Com mais de 30" , "Black is beautiful", "Capitão de indústria" e outras maravilhas.
Marcos está chegando às lojas com mais um cd, "Página Central", pela Biscoito Fino, com o auxílio luxuoso do violonista e cantor Celso Fonseca. Marcos canta e se acompanha no piano acústico, no Fender Rhodes e no Novation.
O repertório é zero quilômetro. O público do cantor vai curtir joias novas como "Azul cristal", "Voo livre", "Três da tarde", "Curvas do tempo", "Ela é aquela" e mais meia dúzia de futuros hits.
No vídeo acima, Marcos Valle interpreta um de seus clássicos, "Meu heroi", no Fantástico de 1972, quando aquele programa dominical da Globo costumava colocar no ar putas produções sofisticadas.

domingo, 24 de outubro de 2010

O último gol de Pelé - Aos 70 anos

PELÉ

A Ed. Cosac Naify, comemorando os 70 anos de Pelé - celebrado no mundo inteiro - homenageia o Rei com o livro "Pelé - minha vida em imagens" , um depoimento autobiográfico complementado com mais de 70 fotos. Entre elas, muitas inéditas e raras.
Aqui estão lances inesquecíveis do Atleta do Século, seu gol número 1.000, a cerimônia de sua despedida definitiva do futebol e o seu retrato feito por Andy Warhol.
A organização do livro é de Jorge Vasconcellos.
O mineiro Edson Arantes do Nascimento foi iniciado no futebol pelo seu pai, o também jogador Dondinho - com passagens pelo Atlético mineiro e Fluminense.
Pelé ergueu a taça de Campeão do Mundo por três vezes.
Depois que marcou o gol na Itália, na final do Mundial de 1970, o defesa italiano Tarcisio Burgnich comentou com a imprensa - "Disse a mim mesmo próprio antes do jogo : ele é apenas um ser humano. Mas enganei-me."

sábado, 23 de outubro de 2010

Festival de Inverno Ouro Preto e Mariana 2007 - Música Tema

Júlio Varella - 50 anos de arte

Um dos mais conhecidos agitadores culturais mineiros, Júlio Varella ganha livro expondo o vasto mosaico de seu perfil, assinado pelo jornalista e artista plástico José Carlos Aragão.
Nas 305 páginas recheadas de fotos (Ed. O Lutador) de "Júlio Varella - 50 anos fazendo arte" estão as conexões temáticas e um pouco da vida desse produtor cultural que vem deixando sua marca em Minas como coordenador e mecenas.
Na introdução, Jota Dangelo fala do talento, humor e bom senso de Varella, um "dos mais fecundos promotores culturais do país."
Sua ligação com as artes cênicas começa em 1961, quando ele ingressa no TU - Teatro Universitário, como aluno, passando depois pela direção do Coral Ars Nova, Orquestra Sinfônica da UFMG e Teatro Marília, onde supervisiona, também, seu barzinho interno, o "Stage Door".
Varella irá passar, depois, pelas coordenações do Festival de Inverno de Ouro Preto (ver vídeo acima), e das turnês internacionais do Coral Ars Nova.
Em 1973, em plena ditadura militar, Varella vê a peça que ele estava produzindo, "Calabar", de Chico Buarque e Ruy Guerra, ser censurada no Teatro Marília. Faz, depois, uma turnê europeia com o grupo Ponto de Partida e inicia produções culturais em Tiradentes.
O livro vem dedicado à sua família e em especial à sua mulher, Celme Aleixo, e ao seu filho, Pedro .

domingo, 17 de outubro de 2010

Maletta - o livro

"Maletta", do jornalista e escritor Paulinho Assunção, é um pocket-book de 87 páginas (Ed. Conceito) que expõe a natureza e o clima ao mesmo tempo complexo e simples de um dos mais conhecidos edifícios de Belo Horizonte.
Aqui estão, interligados, os frequentadores e os espaços comerciais do prédio que, no princípio do século, era um hotel de luxo. Nele ficaram hospedados os modernistas paulistas que vieram a Minas Gerais em excursão - Tarsila do Amaral, Djanira, Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Di Cavalcanti.
Para o autor, o Maletta - aos cinquenta anos - é "pesadão, um tanto cargueiro transatlântico, mastodôntico de não caber no olhar das pessoas..."
A par de sua porção residencial, o "cargueiro" abriga um sem número de barzinhos e livrarias - Cantina do Lucas, Jangadeiro, Lua Nova, Shazam, Eldorado. Escritores, artistas plásticos, músicos, mocinhas da noite e boêmios anônimos convivem alegremente no espaço, que começa a esquentar à tarde e explode à noite. É o noturno Malettiano, que trouxe em seu bojo, até há pouco tempo, um garçom famoso, sêo Olímpio, comunista de carteirinha que nutria um ódio ferrenho aos fascistas , em especial ao ditador genocida espanhol Francisco Franco. Quando esse "bateu as botas", sêo Olímpio estourou uma champanhe francesa para celebrar. Quem estava perto - e não era fascista - saboreou algumas taças.
O livro traz um depoimento deste colunista.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Álvaro Moreyra

Está chegando às livrarias, pela Ed. Global, "As melhores crônicas de Álvaro Moreyra", dentro da série dirigida pela escritora Edla Van Steen.
São duzentas pequenas peças do autor gaúcho (1888 - 1964) que se debruçou sobre o gênero sem preocupações estilísticas e influenciou autores de qualidade como Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Rubem Braga e Otto Lara Rezende.
As crônicas aqui estampadas põem à mostra as reflexões ostensivamente humanistas do autor, que também foi homem de teatro, poeta, memorialista ( "As amargas não") e apresentador de rádio.
Segundo Mario Moreyra, que organizou a antologia, o estilo alegórico de Álvaro "inventa utopias".
Como os seus livros não têm sido (re)editados há anos, os seus admiradores e leitores mais jovens têm de garimpar os títulos do autor em bibliotecas ou sebos.
A editora publicou nas "orelhas", opiniões críticas de Antonio Carlos Secchin, Lêdo Ivo, Josué Montello e Carlos Nejar.

sábado, 9 de outubro de 2010

Vargas Llosa, Nobel de Literatura 2010

Por falar em Julio Cortázar, seu par e amigo fiel Mario Vargas Llosa, 74 anos, é o novo Prêmio Nobel de Literatura.
A Academia Sueca justificou o seu prêmio de forma - como sempre faz - barroca e abstrata : " a escolha se deu por conta da cartografia das estruturas do poder e afiadas imagens de resistência, rebelião e derrota do indivíduo."
Em outras palavras - o autor é um humanista que sempre lutou contra os regimes totalitários na América Latina e no mundo.
Vargas Llosa está em Nova York, deverá vir ao Brasil semana que vem e se disse surpreso com o prêmio.
Autor de romances admiráveis, Llosa é o sexto autor latino-americano a receber o Nobel de Literatura. Entre os outros estão Gabriel Garcia Márquez, Octavio Paz e Pablo Neruda.
Alfred Nobel , que dá nome ao prêmio, foi o inventor da dinamite. Tudo a ver...

Mario Vargas LLosa Premio nobel de literatura 2010

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Entrelinhas - Julio Cortázar

Julio Cortázar

No Natal de 2006, Aurora Bernárdez, viúva do escritor Julio Cortázar (1914-1984) entregou centenas de pequenos textos inéditos do autor argentino ao crítico espanhol Carles Álvarez Garriga, que os reuniu no livro "Papeles inesperados", lançado agora pela Ed. Civilização Brasileira, com tradução de Ari Roitman e Paulina Wacht.
Como tudo de Cortázar - que morava em Paris - os relatos abrigados em "Papéis inesperados", de 485 páginas , são apaixonantes e originalíssimos.
Aqui estão contos, poemas e um capítulo suprimido do romance "O jogo da amarelinha". Segundo Carles Garriga, Cortázar era um escritor de poucos e fiéis leitores até a publicação desse romance, que se tornou um best-seller mundial e o levou à celebridade instantânea.
A Civilização Brasileira está enviando também às livrarias um outro livro de Cortázar, "As armas secretas", editado originalmente em 1959 na Argentina e que somente agora sai no Brasil.
Com tradução e posfácio de Eric Nepomuceno, "As armas secretas" traz, em 191 páginas, cinco histórias dentro do clima realista-fantástico, que caracterizou o estilo de Cortázar e fez dele uma referência obrigatória na literatura contemporânea.
O mistério está presente em todos os contos da antologia. Entre eles figura o exótico "As babas do diabo", que inspirou o filme "Blow up", de Antonioni. O relato insólito do fotógrafo profissional clicando pessoas e paisagens em Paris transformou-se em um filme clássico como ele.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

The Doors - Light My Fire (a Tribute by Studio 99)

Anos 60 : rock movido a drogas

1.
O que têm em comum as bandas de rock dos anos 60, além de fama e sucesso? Drogas, responde o jornalista Mikal Gilmore, da revista 'Rolling Stone'.
Foi pensando nelas, como fonte de inspiração dessas bandas e motivo da destruição de alguns de seus músicos, que o autor escreveu as longas 439 páginas de 'Ponto Final', que a Cia. das Letras acaba de lançar, com tradução de Oscar Pilagallo.
As maiores lendas do rock se movimentam loucamente nesse ensaio, uma seleção de artigos sobre os artistas pop da Europa e América que moldaram uma época e um movimento. O ideário pop do pós-guerra está todo aqui, descarnado e chocante.
O autor abre o livro com os Beatles, no auge de sua celebridade, fazendo um perfil detalhado de seus quatro componentes mas se debruçando particularmente sobre George Harrison e John Lennon, lembrando que o assassino deste fuzilou-o com quatro tiros à queima-roupa, tendo em uma das mãos o romance 'O apanhador no campo de centeio', de Salinger, o que exacerbou o seu já patológico processo de reclusão.
2.
Gilmore escreve também sobre a tumultuada carreira das bandas Led Zeppelin, Pink Floyd e Doors, com as drogas pesadas sempre presentes em seus ensaios e excursões mundiais.
De todas essas, a mais vulnerável à cocaína e à heroína foi The Doors, particularmente seu líder e compositorJim Morrison. Sua decadência, forçada pelas drogas e pelo álcool, fez dele um trapo humano.
Morrison morreu de overdose em Paris. O médico legista, em seu apartamento, comentou com a mulher dele - 'Você disse que ele tinha apenas 27 anos? Pela sua aparência, eu ia escrever 57...'

domingo, 26 de setembro de 2010

Nuno Ramos.wmv

Aves de rapina voam na Bienal de Arte

Toda Bienal de Arte traz o seu "escândalo". O da 29a Bienal de São Paulo, centrada no Pavilhão Ciccillo Matarazzo - Parque do Ibirapuera - voa literalmente. São três urubus adejando livres em uma imensa gaiola.
Esse trabalho polêmico e de vanguarda criado por Nuno Ramos, "Bandeira Branca", atrai os visitantes e incomoda os defensores de animais. Para Nuno, mais prático, a sua instalação interage com o público e a arquitetura do prédio, construído por Niemeyer.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

O charuto de Churchill

O charuto do primeiro-ministro inglês Winston Churchill virou um ícone durante a Segunda Guerra Mundial.
O jornalista inglês Stephen McGinty entrevistou familiares do ministro e pesquisou dezenas de arquivos para escrever sobre o tema. O resultado, "O charuto de Churchill", acaba de sair pela Record, com tradução de Marcia Frazão. Sã0 207 páginas recheadas de fotos mostrando ao leitor a paixão do político inglês pelos charutos (cigars) que, segundo ele próprio, o confortaram em seu "longo caminho da guerra".
Os charutos prediletos de Sir Churchill eram os cubanos, especialmente os célebres "Romeo y Julieta".
Quando Hitler se vangloriou de não fumar e não beber, Churchill devolveu - "Fumo e bebo sem muita moderação. Em compensação, durmo tranquilo todas noites com a minha consciência."
O Mail on Sunday considerou o livro um ensaio original e espirituoso.

Greatest Drunks of All Time: Winston Churchill

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Contos na revista eletrônica Germina

Dois contos deste colunista - "À noite coaxamos" e "Outono de 1970" - acabam de ser editados por Silvana Guimarães e equipe na revista eletrônica Germina.
Para ler, clique no link www.germinaliteratura.com.br

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Guillermo Cabrera Infante His Last Photos by Mari R. Ichaso

Três tristes tigres

Um título trava-língua, "Três tristes tigres", do cubano Cabrera Infante, está saindo pela José Olympio Editora, com tradução de Luís Carlos Cabral.
Um romance lendário, "TTT" revela como protagonista principal, a noite de Havana, urbana e insular.
Literariamente subversivo, de extrema vanguarda e esteticamente fragmentado, este romance de 515 páginas está, como percebeu Nélida Piñon, "na linha de frente da modernidade criativa do nosso continente".
Não é preciso dizer mais nada sobre as qualidades do livro, um transbordamento radical e feroz com frases célebres como "O nada é o outro nome da Eternidade."

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O Menino Maluquinho

Ziraldo maluquinho

"O menino maluquinho", título mais conhecido de Ziraldo e um autêntico best-seller nacional, chega à centésima edição, totalizando 2,8 milhões de livros vendidos.
Para celebrar, a Ed. Melhoramentos acaba de publicar uma edição de colecionador, em formato de luxo. São apenas 2.000 exemplares. No livro, estão depoimentos de Zuenir Ventura, Fernanda Montenegro e Ruth Rocha, também autora infanto-juvenil.
Uma versão popular já está chegando às livrarias.
Ziraldo, que já publicou mais de 100 títulos na Melhoramentos, possui - como Ítalo Calvino - uma onívora curiosidade enciclopédica.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Dalton Trevisan : o livro novo do vampiro de Curitiba

Considerado o maior contista brasileiro desde Machado de Assis, o paranaense Dalton Trevisan é uma espécie de Salinger brasileiro - não dá entrevista, não se deixa fotografar e, dizem, nem mesmo sua própria família tem o numero de seu telefone. Por tudo isso - e mais alguma coisa - ele é chamado de "o vampiro de Curitiba". Indiferente a rótulos, o contista exerce o seu ofício de forma emblemática e polifônica.
Autor de mais de três dezenas de livros de contos, Trevisan está chegando às livrarias, pela Record, com um novo volume de histórias curtas - "Desgracida". São 237 páginas impactantes. A começar pela nova bossa de juntar, aos contos (muitos deles, minis, micros) algumas cartas enviadas nos anos 60 e 80 aos amigos escritores Rubem Braga e Otto Lara Resende. A este, o contista fala (muito) mal de Guimarães Rosa. Mexeu no vespeiro.
Há poucos anos, Trevisan me honrou com o convite para escrever a "orelha" de um de seus livros. O texto, assinado, saiu no volume "Contos Eróticos". Já o convite foi feito triangularmente, com a editora servindo de contato. Coisas do vampiro...

Reportagem sobre Dalton Trevisan no Jornal da Globo (1993)

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Burt Bacharach

Um cd imperdível do venerado Burt Bacharach chega ao mercado e deixa a sua longa legião de admiradores com os corações aos pulos.
"Burt Bacharach with the Sydney Symphony Orchestra" (gravado ao vivo no Sydney Opera House) traz 32 canções do compositor em parceria com Hal David, entre elas várias melodias aproveitadas pelo cinema, e os clássicos "What the world needs now is love", "A say a little prayer", "God give me strength", "Do you know the way to San Jose?" e "Raindrops keep falling' on my head".
O sofisticado compositor e pianista americano - que tem na cantora Dionne Warwick a sua maior e mais constante intérprete) foi casado quatro vezes. Uma de suas mulheres foi a atriz de Hollywood Angie Dickinson.

Burt Bacharach - What the World Needs Now Is Love

domingo, 15 de agosto de 2010

Itamaraty resgata carreira diplomática de Vinicius

Poeta, compositor, criador da Bossa Nova (com Tom Jobim) e diplomata, Vinicius de Moraes teve essa sua função, no Itamaraty, cassada pela ditadura militar, em 1969.
Quarenta e um anos depois, em cerimônia no Itamaraty, Vinicius tem a sua carreira diplomática resgatada. Ele está sendo promovido, hoje, ao posto de ministro de primeira classe - o que equivale a embaixador. Vininha já não se encontra entre nós mas certamente ficaria feliz.

Vinicius de Moraes

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

José Saramago na Sabatina Folha de São Paulo - Escritores Brasileiros

Pérolas de Saramago na Bienal Internacional de SP

A Cia. das Letras está lançando na 21a. Bienal Internacional do Livro de São Paulo, "As palavras de Saramago", organizado e selecionado por Fernando Gómez Aguilera, biógrafo espanhol do autor.
O livro é uma seleção de declarações do escritor, que sempre lutou contra ideias convencionais e injustiças no planeta.
Entre suas opiniões estão pérolas como "Incluir a literatura entre os agentes de transformação social é uma reflexão ingênua e idealista."

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Conto inédito em Caoseletras

Um conto inédito deste colunista, "Outono de 1970", acaba de ser publicado na revista elet. Caoseletras pelo seu editor, Eduardo Sabino.
Para ler, clique em www.caoseletras.com

sábado, 7 de agosto de 2010

Entrevista em Cronópios

O jornalista e escritor Márcio Almeida estrevistou este colunista na revista eletrônica Cronópios, editada por José Pires / Pipol.
Para ler, acessar www.cronopios.com.br

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

O romance do roqueiro Nick Cave

A Record está enviando para as livrarias, esta semana, o romance "A morte de Bunny Munro", sucesso mundial do roqueiro Nick Cave - ele morou no Brasil durante três anos - e que tem, como roteiro, a vida de um homem sem escrúpulos que parte com o filho, após o suicídio da mulher, para um acidentada viagem pelo sul da Inglaterra e descobre que os seus dias estão contados.

Nick Cave fala de seu novo livro, que chega ao Brasil em agosto de 2010

sábado, 31 de julho de 2010

Chanel - o filme

Quem viu o filme "Coco antes de Chanel", no cinema ou em DVD, e esperava se deslumbrar com os grandes projetos da estilista francesa (1883-1971) se decepcionou. Protagonizado pela atriz Audrey Tautoo e dirigido por Anne Fontaine, o filme gira apenas em torno das músicas cantadas por Chanel nos cabarés de sua juventude e nos seus namoricos - e não foram poucos - assim como os de sua irmã. As duas foram deixadas em um orfanato pelo pai quando a mãe delas morreu.
O filme, que mostra apenas os moderníssimos chapéus criados por ela, não chega ao auge do seu império da moda, sequer cita o célebre perfume Chanel n.5 ( de 1921) e termina antes do episódio tido como desabonador em sua carreira - a sua colaboração com os nazistas durante a ocupação desses na França, na 2a. Guerra Mundial.
Milhares de cartazes do filme mostrando Audrey Tautoo fumando, foram retirados dos ônibus e metrôs na França. Nem Chanel escapa da radical campanha antifumo...

sexta-feira, 30 de julho de 2010

"Amores Vagos"

"Amores Vagos" é o nome da coletânea que acaba de sair pelo selo Estilingues e reúne trabalhos de um grupo de autores que têm em comum - além do talento - o fato de serem amigos de longa data. São 14 contos falando de amor e assinados por Alexandre Brandão, Cristina Zarur, Miriam Mambrini, Marilena Moraes, Nilma Lacerda, Vânia Osório e Sônia Peçanha.
A apresentação da antologia (que será distribuída gratuitamente, inclusive na FLIP) foi escrita por Luiz Ruffato.
Os autores planejam fazer lançamentos em todo o país. O projeto foi inspirado nos movimentos "Fureur de Livres", na França, e "Bookcrossing", sucesso absoluto na Espanha.

domingo, 25 de julho de 2010

Umberto Eco

O semiólogo e escritor italiano Umberto Eco, autor de livros ensaísticos tidos como "pesados" - "A estrutura ausente", "Obra aberta" e "Kant e o ornitorrinco" - ficou mundialmente famoso com o romance "O nome da rosa" (1980). A partir de então, qualquer livro que ele publica, vira "best-seller". Como este recém-lançado (Ed. Record) "Arte e beleza na estética medieval".
Na linha dos "pesados", o ensaio de 351 páginas - traduzido por Mario Sabino - trata de crises (religiosas, políticas, demográficas) e linguísticas medievais, além de se deter em uma longa reflexão sobre a Renascença. A erudição do autor atravessa todo o livro e se espraia em dezenas de fontes bibliográficas, que vão da Suma Teológica a Dante Aligieri, Giordano Bruno e a estética de Santo Agostinho.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Penguin Books

A editora americana Penguin Books se associou à brasileira Cia. das Letras e o resultado já está nas livrarias - "Por que ler os clássicos", de Ítalo Calvino, um livro de bolso em capa dura. Traduzido por Nilson Moulin, o livrinho de 53 páginas traz dois ensaios, o do título do livro e "As odisseias na Odisseia."
Para o autor italiano, ler um grande livro pela primeira vez na idade madura é um prazer extraordinário; diferente se comparado a uma leitura da juventude.
No segundo ensaio, Calvino crava fundo logo no início - "Que Ulisses era um mistificador, já se sabia antes da Odisseia. Não foi ele quem inventou o grande engodo do cavalo?"
O cavalo, no caso, é - claro - o de Troia...

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Jazz Band na Sala da Gente

Primeiro romance do paulista Alexandre Staut, "Jazz Band na Sala da Gente" (Toada Edições) tem sua ação transcorrida em uma cidadezinha do interior paulista na época da Segunda Guerra Mundial. O curioso da trama (e que lhe dá ares de Realismo-Fantástico)é que essa cidade de ficção na verdade é a mesma onde nasceu o autor, Espírito Santo do Pinhal.
Outro elemento que mistura ficção e realidade no romance é o personagem Eduardinho Staut, músico e avô paterno do autor. O Pinhal Jazz, por seu turno, é uma banda que se integra ao romance, dando o toque musical à história cujos personagens centrais vêm de uma família formada por um flautista alemão-judeu e uma italiana.
Geraldo Simões, um historiador especialista em diáspora, assina a 'orelha' do livro, aborda a questão das transformações políticas e sociais do país na época retratada e considera o livro ao mesmo tempo tragicômico e comovente.
Alexandre Staut, de 1973, é também um adepto da gastronomia e trabalhou em cozinhas de vários restaurantes ingleses e franceses. Hoje, o seu tempero fica somente na literatura.

sábado, 17 de julho de 2010

Clarice Lispector inspira saxofonista

Os críticos musicais afirmam que o artista, quando lança quatro discos de uma vez, está correndo o risco de implodir sua carreira. Parece que o saxofonista Ivo Perelman ignorou o aviso porque acaba de lançar exatamenter quatro cds em Nova York. E com um agravante - trazendo títulos de obras literárias nas capas.
As obras, no caso, são de Clarice Lispector, uma autora tida como "difícil" e que o músico descobriu em sebos americanos.
Apaixonado pela escritora - como milhares de leitores vinculados quase patologicamente ao seu "pathos" - Ivo Perelman assim titulou seus cds (até agora apenas lançados no exterior) - "The apple in the dark" ("A maçã no escuro"), "The stream of life" ("Um sopro de vida"), "Near to the wild heart" ("Perto do coração selvagem") e "Soulstorm" ("Água viva").
Abstrata e refinadíssima, Clarice ficaria surpresa se soubesse desse pacote, digamos, lítero-musical.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Drummond

Drummond, sempre surpreendente - "Deus me livre de brilhar nos Suplementos Literários."

terça-feira, 13 de julho de 2010

A casa baiana de Zélia e Jorge

Zélia Gattai e Jorge Amado eram uma espécie de Simone de Beauvoir e Sartre tropicais, autores que, aliás, fizeram parte de seu ciclo de amizades. Enquanto Jorge ficou na ficção, Zélia permaneceu exclusivamente no gênero das memórias, narrando, com garra e graça, as vidas de seus pais e avós italianos e de sua grande paixão, Jorge.
Está chegando agora, às livrarias, a reedição de "A casa do Rio Vermelho". Comprada nos anos 60 pelo casal no bairro do Rio Vermelho, em Salvador, essa casa era uma festa constante, sempre apinhada de amigos (pra citar apenas alguns, Vinicius, Calasans Neto, Carybé, Di Cavalcanti e Neruda) e era também onde Jorge, apesar do entra-e-sai, escrevia os seus livros.
A autora escancara suas portas aos leitores e conta, com elegância e nos mínimos detalhes, como era o dia-a-dia desse lar memorável.

As crônicas de Drauzio Varella

O médico oncologista Drauzio Varella ficou famoso com o livro "Estação Carandiru", onde os personagens principais eram presidiários. A condição humana, ali retratada, está de volta - agora de forma mais amena - nas crônicas deste "A teoria das janelas quebradas". Compaixão e graça são a base deste livro que interage com o grande leque das descobertas cotidianas e põe a nu a indignação do autor quando fala de corrupção política e da indústria do cigarro.
Drauzio Varella dirige, atualmente, um projeto de análise de plantas medicinais amazônicas.

Perfis políticos da revista Piauí

O jornalista e escritor mineiro Humberto Werneck - que até há pouco tempo dirigia, para inveja de seus pares, a revista "Playboy" - tem poucos mas definitivos livros publicados, como "O desatino da rapaziada", "Pai dos burros" e o recentíssimo "O espalhador de passarinhos". Esta semana Werneck publica "Vultos - os melhores perfis políticos da revista Piauí", que traz revelações inusitadas como a de Fernando Henrique Cardoso, que só usa mala de cor berrante; a vaidade exagerada de José Dirceu, que possui em casa um quadro pintado por... José Sarney; a mania de Marina Silva de só escrever com lapiseira e a "vocação teatral" de José Serra, que antes de entrar para a política era galã de peças de teatro. Aliás, para ser um bom político , o cidadão tem mesmo que saber atuar. Nem que seja, no fundo, um canastrão.
Este livro, selecionado e organizado por Werneck, e os dois abaixo são lançamentos da Cia. das Letras neste mês.

domingo, 11 de julho de 2010

Diego Rivera e Frida Kahlo

Esta biografia escrita pelo Prêmio Nobel de Literatura Jean-Marie Gustave Le Clézio abre as cortinas, de par a par, da vida do casal Diego Rivera e Frida Kahlo, os mais destacados artistas mexicanos do século 20. Saindo pela Record, com tradução de Vera Lúcia dos Reis, "Diego e Frida" vem recheado de fotos, revelando os mínimos detalhes da dor e do êxtase em suas vidas e obras, inclusive o envolvimento político deles com a Revolução Comunista e a relação de ambos com Breton e Trotski.
Quando o pai de Frida soube que sua filha ia se casar com o gordo Diego Rivera, de quem não gostava, zombou - "Serão as núpcias de um elefante e de uma pomba."

O polêmico Gustavo Corção

A Coleção Melhores Crônicas da Global Editora - dirigida por Edla Van Steen - acaba de mandar para as livrarias um volume trazendo as de Gustavo Corção (1896-1978). Luiz Paulo Horta, que selecionou os textos e escreveu o prefácio, faz um perfil honesto e acurado do autor, destacando que ele foi tudo, menos politicamente comportado. "Na história moderna do catolicismo brasileiro", escreve ele, "Gustavo Corção é sinônimo de polêmica. Ele se tornou um escritor "maldito", por suas críticas à Igreja que emergiu do Concílio Vaticano II, e por suas posições políticas (defendeu o regime militar instalado em 1964).
Por aí o leitor já percebe a "zorra" que esse autor provocou à sua volta. Misturou marxismo e cristianismo, desviou de rota e emergiu da esquerda para uma direita que fez dele um escritor capaz de liquidificar o privado com o público, sendo muitas vezes injusto e cruel em suas matérias de jornal com os inimigos, ou que ele imaginava ser.
Apesar de tudo isso, foi um criador de alto nível, competentíssimo em seus livros. Entre eles, "Lições de abismo", "O século do nada, "Três alqueires e uma vaca." O livro traz trechos com elogios rasgados feitos a ele por Rachel de Queiroz, Josué Montello, Gilberto Freyre, Ariano Suassuna e Nelson Rodrigues. Este era o mais parecido com ele em suas convicções políticas na contra-mão do pensamento de esquerda na época.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Ildeu Brandão reeditado

Está sendo lançada hoje, na Academia Mineira de Letras, a reedição (Ed. UFMG) de "Um míope no Zoo", volume de contos publicado por Ildeu Brandão (1913-1994) pela Imprensa Oficial em 1968. O livro, quando lançado, chamou a atenção de imediato por uma capa notável de Eduardo de Paula.
Ildeu Brandão, que era membro da AML (cadeira 9) foi redator no Palácio do Governo do Estado de Minas Gerais e dirigiu o "Suplemento Literário do Minas Gerais" na décade de setenta. A modulada ficção de Ildeu passa ao leitor uma sólida estrutura narrativa urbana, realista e habilmente inventiva.
Jaime Prado Gouvêa foi o organizador desta coletânea e Rui Mourão assina o prefácio.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Pablo Neruda para jovens

Um dos mais destacados poetas do século XX, o Prêmio Nobel chileno Pablo Neruda está chegando às livrarias pela José Olympio com tradução de José Eduardo Degrazia, numa edição bilíngue organizada por Isabel Córdova Rosa e dirigida aos leitores jovens.
Estes só têm a ganhar com a leitura do metafórico e ( mesmo que o termo esteja seu tanto desgastado) genial poeta. Capaz de escrever( em "Livro das perguntas") coisas do tipo "Se morri e não me dei conta/ para quem pergunto as horas?/Por que as árvores escondem/o esplendor de suas raízes?/ No mundo há coisa mais triste/que um trem parado na chuva?/ Que coisa irrita os vulcões/que cospem fogo, frio e fúria?/ O que faz a mosca presa/num soneto de Petrarca?/Não será a vida um peixe/preparado pra ser pássaro?"
Na revista do Museu da Inconfidência (dirigido pelo escritor Rui Mourão) deste mês está um artigo que, coincidentemente, fala de leilões de arte. Vem assinado pela pesquisadora Christine Ferreira Azzi, que em determinado momento comenta - "Nunca as artes moderna e contemporânea valeram tanto. Leilões de arte atingem valores jamais vistos..."
É a imagem dialética, seja contemporânea ou antiga, se impondo na indústria cultural.

Leilões de arte

Há anos recebo os catálogos de arte da leiloeira carioca Ângela Maltarollo. São peças de impecável bom gosto em papel cuchê e dezenas de fotos de acervos particulares que Ângela recolhe regularmente. É só anunciar que vende tudo em leilões concorridíssimos. O catálogo deste mês continua deslumbrante como os anterioes. São óleos de Portinari e Orlando Teruz, esculturas de Bruno Giorgi, porcelanas Cia das Índias, móveis mineiros em nogueira do século XVIII, samovar de prata inglesa do período George III. Coisa de primeiro mundo em um país que, infelizmente, ainda tem os seus bolsões de pobreza.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

A coluna do "General"

O editor do Caderno Ideias, do JB, Alvaro Costa e Silva (por causa de seu sobrenome, semelhante a vocês sabem quem, seu apelido é "General", apelido esse que ele carrega numa boa) assina a coluna Informe Ideias, todos os sábados, no Caderno. Há poucas semanas Alvaro informava que o escritor inglês J.G. Ballard morreu no ano passado e deixou dívidas fiscais em torno de 350 mil libras. A família do autor doou à Biblioteca Nacional do Reino Unido, em troca do perdão, um vasto acervo literário que inclui seus boletins escolares na tenra infância.

O pardal e o chapinha

Agora entramos na área da "birdland". Luciano Sheikk, poeta e prosador premiado, acaba de lançar "O pardal e o chapinha", uma fábula divertida e ecológica que envolve os mecanismos delicados da ética. É literatura infanto-juvenil das melhores, com o aval de Marcelo Coelho, Ronaldo Cagiano e Moacyr Scliar. Mário Quintana surge na epígrafe com o seu célebre "Poeminha do Contra - "Todos esses que aí estão / atravancando o meu caminho, / eles passarão... / eu passarinho !"

domingo, 4 de julho de 2010

O altar das montanhas de Minas

A Ed. Record relançou o romance O altar das montanhas de Minas, do escritor mineiro Jaime Prado Gouvêa após também relançar seu volume de contos Fichas de Vitrola. Jaime está percorrendo as principais capitais do país em tardes e noites de autógrafos bastante prestigiadas.
O autor integra a chamada Geração Suplemento, surgida no SLMG fundado por Murilo Rubião.

Julio Cortázar

Coletânea de textos inéditos de Cortázar saindo pela Ed. Civilização Brasileira, em densas 490 páginas. Os textos foram liberados por Aurora Bernárdez, viúva do escritor. Darei maiores detalhes depois.

Murilo Rubião

Um nome lendário, o escritor mineiro Murilo Rubião acaba de ter sua antologia pessoal, com apenas 33 contos, publicada pela Cia. das Letras. Introdutor do Realismo Fantástico no Brasil, Rubião criou - em 1966 - o "Suplemento Literário do Minas Gerais", que lançou vários autores jovens e editou contos inéditos de Julio Cortazar.

Roberto Piva

O poeta Roberto Piva acaba de deixar órfãos os seus leitores. Um criador da melhor qualidade. Deixa saudades.

Lygia

Lygia Fagundes Telles está tendo todos os seus livros, romances e coletâneas de histórias curtas, editados pela Cia. das Letras. Como em um jogo, saiu Rubem Fonseca, entrou Lygia.