quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Marcos Valle - "Meu Herói" (1974)

Marcos Valle

O compositor e cantor Marcos Valle pertence à segunda geração da Bossa Nova e sempre ocupou um lugar de destaque na moderna MPB, tendo como parceiro-letrista o seu irmão Paulo Sérgio Valle. Compuseram, juntos, temas classudos como "Samba de verão", "Preciso aprender a ser só", "Terra de ninguém", "Com mais de 30" , "Black is beautiful", "Capitão de indústria" e outras maravilhas.
Marcos está chegando às lojas com mais um cd, "Página Central", pela Biscoito Fino, com o auxílio luxuoso do violonista e cantor Celso Fonseca. Marcos canta e se acompanha no piano acústico, no Fender Rhodes e no Novation.
O repertório é zero quilômetro. O público do cantor vai curtir joias novas como "Azul cristal", "Voo livre", "Três da tarde", "Curvas do tempo", "Ela é aquela" e mais meia dúzia de futuros hits.
No vídeo acima, Marcos Valle interpreta um de seus clássicos, "Meu heroi", no Fantástico de 1972, quando aquele programa dominical da Globo costumava colocar no ar putas produções sofisticadas.

domingo, 24 de outubro de 2010

O último gol de Pelé - Aos 70 anos

PELÉ

A Ed. Cosac Naify, comemorando os 70 anos de Pelé - celebrado no mundo inteiro - homenageia o Rei com o livro "Pelé - minha vida em imagens" , um depoimento autobiográfico complementado com mais de 70 fotos. Entre elas, muitas inéditas e raras.
Aqui estão lances inesquecíveis do Atleta do Século, seu gol número 1.000, a cerimônia de sua despedida definitiva do futebol e o seu retrato feito por Andy Warhol.
A organização do livro é de Jorge Vasconcellos.
O mineiro Edson Arantes do Nascimento foi iniciado no futebol pelo seu pai, o também jogador Dondinho - com passagens pelo Atlético mineiro e Fluminense.
Pelé ergueu a taça de Campeão do Mundo por três vezes.
Depois que marcou o gol na Itália, na final do Mundial de 1970, o defesa italiano Tarcisio Burgnich comentou com a imprensa - "Disse a mim mesmo próprio antes do jogo : ele é apenas um ser humano. Mas enganei-me."

sábado, 23 de outubro de 2010

Festival de Inverno Ouro Preto e Mariana 2007 - Música Tema

Júlio Varella - 50 anos de arte

Um dos mais conhecidos agitadores culturais mineiros, Júlio Varella ganha livro expondo o vasto mosaico de seu perfil, assinado pelo jornalista e artista plástico José Carlos Aragão.
Nas 305 páginas recheadas de fotos (Ed. O Lutador) de "Júlio Varella - 50 anos fazendo arte" estão as conexões temáticas e um pouco da vida desse produtor cultural que vem deixando sua marca em Minas como coordenador e mecenas.
Na introdução, Jota Dangelo fala do talento, humor e bom senso de Varella, um "dos mais fecundos promotores culturais do país."
Sua ligação com as artes cênicas começa em 1961, quando ele ingressa no TU - Teatro Universitário, como aluno, passando depois pela direção do Coral Ars Nova, Orquestra Sinfônica da UFMG e Teatro Marília, onde supervisiona, também, seu barzinho interno, o "Stage Door".
Varella irá passar, depois, pelas coordenações do Festival de Inverno de Ouro Preto (ver vídeo acima), e das turnês internacionais do Coral Ars Nova.
Em 1973, em plena ditadura militar, Varella vê a peça que ele estava produzindo, "Calabar", de Chico Buarque e Ruy Guerra, ser censurada no Teatro Marília. Faz, depois, uma turnê europeia com o grupo Ponto de Partida e inicia produções culturais em Tiradentes.
O livro vem dedicado à sua família e em especial à sua mulher, Celme Aleixo, e ao seu filho, Pedro .

domingo, 17 de outubro de 2010

Maletta - o livro

"Maletta", do jornalista e escritor Paulinho Assunção, é um pocket-book de 87 páginas (Ed. Conceito) que expõe a natureza e o clima ao mesmo tempo complexo e simples de um dos mais conhecidos edifícios de Belo Horizonte.
Aqui estão, interligados, os frequentadores e os espaços comerciais do prédio que, no princípio do século, era um hotel de luxo. Nele ficaram hospedados os modernistas paulistas que vieram a Minas Gerais em excursão - Tarsila do Amaral, Djanira, Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Di Cavalcanti.
Para o autor, o Maletta - aos cinquenta anos - é "pesadão, um tanto cargueiro transatlântico, mastodôntico de não caber no olhar das pessoas..."
A par de sua porção residencial, o "cargueiro" abriga um sem número de barzinhos e livrarias - Cantina do Lucas, Jangadeiro, Lua Nova, Shazam, Eldorado. Escritores, artistas plásticos, músicos, mocinhas da noite e boêmios anônimos convivem alegremente no espaço, que começa a esquentar à tarde e explode à noite. É o noturno Malettiano, que trouxe em seu bojo, até há pouco tempo, um garçom famoso, sêo Olímpio, comunista de carteirinha que nutria um ódio ferrenho aos fascistas , em especial ao ditador genocida espanhol Francisco Franco. Quando esse "bateu as botas", sêo Olímpio estourou uma champanhe francesa para celebrar. Quem estava perto - e não era fascista - saboreou algumas taças.
O livro traz um depoimento deste colunista.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Álvaro Moreyra

Está chegando às livrarias, pela Ed. Global, "As melhores crônicas de Álvaro Moreyra", dentro da série dirigida pela escritora Edla Van Steen.
São duzentas pequenas peças do autor gaúcho (1888 - 1964) que se debruçou sobre o gênero sem preocupações estilísticas e influenciou autores de qualidade como Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Rubem Braga e Otto Lara Rezende.
As crônicas aqui estampadas põem à mostra as reflexões ostensivamente humanistas do autor, que também foi homem de teatro, poeta, memorialista ( "As amargas não") e apresentador de rádio.
Segundo Mario Moreyra, que organizou a antologia, o estilo alegórico de Álvaro "inventa utopias".
Como os seus livros não têm sido (re)editados há anos, os seus admiradores e leitores mais jovens têm de garimpar os títulos do autor em bibliotecas ou sebos.
A editora publicou nas "orelhas", opiniões críticas de Antonio Carlos Secchin, Lêdo Ivo, Josué Montello e Carlos Nejar.

sábado, 9 de outubro de 2010

Vargas Llosa, Nobel de Literatura 2010

Por falar em Julio Cortázar, seu par e amigo fiel Mario Vargas Llosa, 74 anos, é o novo Prêmio Nobel de Literatura.
A Academia Sueca justificou o seu prêmio de forma - como sempre faz - barroca e abstrata : " a escolha se deu por conta da cartografia das estruturas do poder e afiadas imagens de resistência, rebelião e derrota do indivíduo."
Em outras palavras - o autor é um humanista que sempre lutou contra os regimes totalitários na América Latina e no mundo.
Vargas Llosa está em Nova York, deverá vir ao Brasil semana que vem e se disse surpreso com o prêmio.
Autor de romances admiráveis, Llosa é o sexto autor latino-americano a receber o Nobel de Literatura. Entre os outros estão Gabriel Garcia Márquez, Octavio Paz e Pablo Neruda.
Alfred Nobel , que dá nome ao prêmio, foi o inventor da dinamite. Tudo a ver...

Mario Vargas LLosa Premio nobel de literatura 2010

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Entrelinhas - Julio Cortázar

Julio Cortázar

No Natal de 2006, Aurora Bernárdez, viúva do escritor Julio Cortázar (1914-1984) entregou centenas de pequenos textos inéditos do autor argentino ao crítico espanhol Carles Álvarez Garriga, que os reuniu no livro "Papeles inesperados", lançado agora pela Ed. Civilização Brasileira, com tradução de Ari Roitman e Paulina Wacht.
Como tudo de Cortázar - que morava em Paris - os relatos abrigados em "Papéis inesperados", de 485 páginas , são apaixonantes e originalíssimos.
Aqui estão contos, poemas e um capítulo suprimido do romance "O jogo da amarelinha". Segundo Carles Garriga, Cortázar era um escritor de poucos e fiéis leitores até a publicação desse romance, que se tornou um best-seller mundial e o levou à celebridade instantânea.
A Civilização Brasileira está enviando também às livrarias um outro livro de Cortázar, "As armas secretas", editado originalmente em 1959 na Argentina e que somente agora sai no Brasil.
Com tradução e posfácio de Eric Nepomuceno, "As armas secretas" traz, em 191 páginas, cinco histórias dentro do clima realista-fantástico, que caracterizou o estilo de Cortázar e fez dele uma referência obrigatória na literatura contemporânea.
O mistério está presente em todos os contos da antologia. Entre eles figura o exótico "As babas do diabo", que inspirou o filme "Blow up", de Antonioni. O relato insólito do fotógrafo profissional clicando pessoas e paisagens em Paris transformou-se em um filme clássico como ele.